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Filha e Pais

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Filha e Pais Pedro Moreira Nt "Fathers and Daughters" - ("Pais e Filhas"). Elenco: Aaron Paul, Amanda Seyfried, Jane Fonda, Quvenzhané Wallis, Russell Crowe. Direção: Gabriele Muccino. Produção: USA/Itália, 2015. Duração:116 Min. Acho que devia se chamar assim esse filme. Uma questão ideológica perpassa o filme Pais e Filhas: a incapacidade masculina de pai. A visão de pai está defeituosa, crises psicóticas, angústia, medo, raiva frente à filha que lhe dá tudo, inclusive a razão de sobreviver com a escrita do livro. Ela representa, de outro modo a   força do Estado. Um estado de ânimo transferido ou identificado com o capital no sentido do machismo como repositório da liberdade. Sexo, amor, atividades quais sejam são objetos de valor, mercadorias, coisas de utilidade e funcionalidade definidas em um hedonismo que se realiza no uso. O corpus machista, mente, pensamento e corpo como estrutura suficiente. O filme mostra q

Olhos da deusa

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Olhos da deusa P edro Moreira Nt José é Natal, não faça isso. Ele continuava encima do madeirame. Arrancou as telhas. E como se fosse tiririca na relva amontoou e enfiou a cabeça nos desvãos do ripado. O que acontece com você? Ele estava lá. Nada acontecia, era um tatu na verga, teimoso. José. Ela o chamava assim ao invés de Zé, Zezinho, Jo, Jojo, Jejo Meu. Eram tantos apelidos para momentos diferentes. Quando chegava triste do trabalho mofino, Zé; quando o fim do dia lhe dava um sei quê, Zezinho; e se vinham as novidades de um passeio e fazia aquela cara de deusa era Jojo; e a seu lado na rede do jardim, Jejo Meu, enrolada na alma apaixonada, com o cabelo escuro caído ao chão, no suave balançar do vento invisível, com os olhos castanhos onde o verde das árvores despertavam nesse homem que agora se amarrava no ripado do telhado. Zeca, pelo amor de Deus.  No desespero dizia Zeca.  Na calma do orgulho, quando descobria algum

Consenso

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Consenso Pedro Moreira Nt     E por mentira, a nova linguística que tenta pôr as peças para formar a crença, como advogada, juíza da explicação, da justificativa se enforca para perder de vez a ciência, posso ver verdades, elas que me escapam das mãos quando as limpo, e o anel de doutor rola para o pinico de onde veio. A aliança está salva, e a vergonha vomitada. Ponho a capa de gente e saio na umidade suja do comum. É uma questão de entranhas, de estômago abarrotado, de halitose. Gordura no corpo que havemos de nos limpar. Aquele catarro em borbulhas, aquele amontoado transparente que mancha os olhos. O que nos fustiga, que bate em nós e nos faz correr, sumir destemperadamente  de nós mesmos. Como é gosmento e salgado o muco que sustenta essa baixa literatura existencial. O meu cachorro fugiu para latir contra roupas de marca. O cheiro de cloro impregna os usuais panos da cozinha. O varal deita-se no gramado. A janela da lavanderia está aberta para receber as traça

Permissão Concedida

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 Permissão concedida Pedro Moreira Nt. Como chegar em casa depois do negocio? Depende do senso do acordo. Acordar se faz no mesmo que bater o coração. Acorde, portanto. Desperte o sensível, não o mesmo dos ditadores, aquele que amava a arte como se ama um objeto de uso com função definida. Assim, ser para. Para alguma coisa, e como coisa alguma serve. Funciona. E é só ligar,  ter  que dá certo. Empreender tem como sentido uma permissão de alguma nação para que o sujeito que vive naquele lugar, em um território de convivência, possua, por assim dizer, identidade. Não que tenha alguma razão de ser com a realidade em que vive, mas, que seja identificado. Aquele ali. Olha, lá esta ele, o cara. Um cara diferente de um sujeito protegido pela burocracia que o rifle dos olhos não atinge. Não é esse feixe feito de leis definidas para a sua funcionalidade. Nem mesmo como controle, controlador, ou o que. O empreendedor parece assim, aceitar o direito de viver naquele espaço. N