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O Pai

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    O pai não sabia uma linha. Tinha no paiol aquela livrarada, coisa feia, sentava debaixo da paineira remexendo palavras, depois se erguia e voltava a limpar o terreno, passava a tarde preparando o mundo.      Tinha um entrevero de papéis ruido. Ele manchava as letras, ia no carvão afundado, arrumava uma craviola no pensamento e tilintava tudo ali.       Muita gente não fia no pai porque ele se alembra.      Deixa a cuia dormir na mão, e depois, do jeito que se estaqueava ruminando o passo do tento, ele ia para São Paulo. Chegava lá, amarrava o macho na praça dos arcos. Era e é ainda.      A Mãe cuspia nas palavras que ele fazia. Era feio o desentender. Quieva. Boca estancada. O Pai desimportava.             O Pai se dizia. E nunca foi da direita. Mas jogavam a lata na fala dele. O caso do coração deitar à esquerda. Despanto que nunca surrou empregado e nem via o relógio. Era de só. Carpava o curso e via enxada dormida. Never ele morreu no campo. Terminava o que era para ser feito. C