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Mostrando postagens de março, 2017

Cuspe tive

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Cuspe tive pmnt Agora não, escarro não é cuspida. Vômito até parece, mancha um pouco aqui e ali, nada demais. Ranho, bem, ranho é aquela coisa que vem pego à unha tem sua dignidade. E estou falando de unha de dedo mindinho. Tecnologia e competência. Quem usa devia dar aulas em organizações privadas. Qualquer organização que possa privar alguém de alguma coisa pode ajudar. Cuspe. Estava falando de desenho na janela com bafo. É legal. Tem suas nuances, recortes, desenhos de sutileza que a acidez da meleca entra no vidro, tipo encrosta. E ainda o tal cuspe, cusparada. Fico à distância, hoje em dia microfone não tem peneirinha, aquela coisa de proteção contra tuberculose. O jogo é limpo. Se senta nas primeiras filas, com certeza um ratinho leva para casa. Um ratinho de tempo, um ratinho de quantidade curta de nojeira. Mas é tão bobagem como beijar a boca sem escovar os dentes. Um gosto não sei quê de noite passada, de guarda-chuva.

Volte Cinde. Cinde, volte

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Volte Cinde. Cinde, volte Pedro Moreira Nt Ela fugiu com os cavalos e a carruagem, jogou o cocheiro na estrada. Depois me acenou no meio daquele trânsito: Tchau otário. Isso que dá a mania de ser príncipe e não se valer de ser principiante. Enquanto estava na roça ela comia o fubá doce. Eu gritei: Volte Cinde. Cinde, volte. Nem na ativa e nem na passiva ela respondeu uma sequer palavra. Inferno essa Cinde. O trabalho que deu para achar e calçar aqueles pés enlameados. Agora não, terminou o curso de assistente judiciária e estará no segundo escalão, se não estiver entre os tais. Acusa-me de assédio, de eu tentar humilha-la frente aos demônios de suas irmãs e aquela louca que diz ser tia. Fico imaginando a mãe. Cinde, você é linda, você é demais e tal, não serve, o negócio dela é fechar com a verba.

Daniela, com saudades

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Daniela, com saudades                                                                                                                                       Pedro Moreira Nt Sabe, eu tenho que lhe dizer, ela é antiga. Feita de radio-novela. O sentimento que pode ter da vida é algo estanque, fechado em coisas medíocres das relações humanas. Não superficial, porque a tinta mais fina, o verniz mais leve que cobre a pele de sua ignorância é uma montanha de rochas eternas. O que pode fazer é reproduzir essa estúpida versão fotográfica, ninho de merdas que um clique qualquer, em um momento que não surge da memória lhe é assombro.  Por isso você Daniela, quando pisa na bosta do cachorro e diz que sente o cheiro do ventre materno, e quando deita na cama nesse hotelzinho vagabundo com um idiota que prende a boca, fala gutural falseada parece ser um monstro que se tornou bebezinho e cuida dele, das armas, da cara enfezada que sorri indiferente a dizer quanto é ridícula, o quanto nã

Gaia de ondas

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Pedro Moreira Nt Gaia de ondas  Ele era o passarinho que nascera na gaiola.   O tipo sujeito diverso de múltiplas plumagens, mas era meio daquele jeito. Só vai de um lado a outro, espia aqui e ali, bica um pouco e mal canta. A única coisa que fazia com gosto era com a sua companheira preparar o alimento bicando e alimentar seu único filhote. O pequeno, com aquele ávido olhar voante, eternamente faminto repercutia um sambinha boçado no repique de sua chatíssima cantilena. -         Puxa, não imaginava que é assim como é. Como são desesperadores todos que ainda não saíram do ninho. Sacolejam o planeta inteiro, a Gaia pode despertar. A escola de samba sem plumas ainda, esticava a cabeça desengonçada na passarela, atrapalhando o plano de aterrisagem do papai e da mamãe. O filhotinho de espantado olhos amendoados e cílios grandões aguardava boca aberta. E lá vai ele, e lá vai ela a cuidar, tratar, alimentar sem parar. Comidinha cheg