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Mostrando postagens de novembro, 2021

Jogar bola solidão

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  Diga nada solidão. Estou cansado de sua inutilidade em toda quantidade de sua tímida unicidade. Vou jogar bola. E bem longe, para dentro do azul escuro da teoria das cordas. Serei livre do atavismo de sua antiguidade, da  taxonomia das classificações e do determinismo barroco das volutas como solidificação do ser social. Reificarei o que sou no vazio de sua tautológica ausência. Vai segurar guanxuma.                Vá às pedras enfermidade viral das prontas certezas. Ouça o óbvio. A canção do incontido. Solidariedade, o derrame econômico da piedade. A humilhação que humildemente pede, e está frente ao templo dos descrentes. Solução do voo em plasma, chute certeiro à distância no imediato. Provo a curva ascensional. O infinito nos pés. Imaginou que podia descansar sobre minha corcova e correr o espaço sem tempo, azar. São mais que o poder do arco essas lanças apontadas, quanto mais se passa o caminheiro. Girar o corpo antes que a história pegue no baque. É toda tola, enrolada em si me

A vida muda com Rei

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    Veio cedo, bateu à porta, entrou sem pedido, correu estagnado um ruído de qualquer coisa de ferro. Andou sem medida erguendo os panos, afrontando o ambiente, no fim, achou o que queria. Segurou nos dedos com gosto, medindo peso, passou a entrada balançando as mãos a dizer que não se importava com ninguém, que o mais, era a si mesmo que se interessava, sem se dar conta de ter feito o que fez. No portão, deu um risinho de desdém, como ameaça. Entrou na lata, bateu a guirlanda e se foi.      O que era aquilo, que coisa se deu sem tempo de uma machadada? Quem diabos veio e me tomou de pronto-atendimento, vazou minha vida com unhas e garfo? Ali no ar do brusco, estava passado, entregue ao desatino. Me senti no papel de SAC virtual, inexistente. Aperte o botão para avaliar isso. Quem era aquilo?       Vento entrou, tombou o abajour, abriu a cortina, derrubou o copo de água e desapareceu. A cara de crupe a dizer ''não me ponha no sereno, nem tente; afasta teu sangue''. Par