
Neste colegiado existencial, no grupo escolar das nossas relações, nós temos em primeiro lugar o NÃO, o SIM só será adquirido no jardim infantil de interesses, ganhos e perdas, vantagens, com as humilhações como sagazes, força militar do direito, a que chamam politica - e uma política instrutiva que segue regulamentos e receitas bélicas - ,dizem ser educativa. Perdemos, mas sobreviveremos. Aprendi num filme ruim, estrangeiro, mas com o pé enfiado na malandragem, na listagem clichê da forma, na usura do sentimento, do roubo das emoções, que devemos usar gravata, podemos bater num carro de um rico protegido de um grupo de ladrões que se acham livreiros, estão no altar mais elevado da cultura, ou sermos cobrados pelo que não fizemos pela polícia dos inspetores de quarterião, sermos derrotados no imposto, difamados, nesse lugar que não aceita nem mesmo o cidadão na sargeta, onde a arte é uma imposição estética da cópia industrializada do óbvio posto ao público, aqui onde a ignorância se apresenta e não fala porque morde, devemos usar gravata onde for, mesmo levada no bolso, no esconderijo da bolsa para que nos dados momentos vizinhos possamos ter a dignidade de nos enforcar. Mas ainda sobrevivemos, ainda temos esses quatro cantos de muros, ainda buscamos na lanterna a palavra saída nessas avenidas carregadas de técnica e tecnologia, de matemáticas físicas, onde mais vale a metafísica de poucas abstrações, nesse lugar de língua cumprida e estupidez perene, da vida bela onde se aprende em fascículo, no aramado trágico do conhecimento apostilado. Sobreviveremos enquanto não necessitarmos de usar gravata, antes do tiro, antes do crime que pretendem cometer.Não temos cães em nossas vidas agora, perdemos todos, eu mesmo que sou como um cachorro sei que me falta as almas que me reconhecem. Eles se foram e eu não me atendo, nem me atento ao espelho porque não mais me reconheço. Nesse lugar feito de NÃO, o SIM é uma elegante gravata que se usa para ser nada. Enquanto isso roo o osso da alegria de viver.