Renda

Renda
Pedro Moreira Nt


Substitua a ordem dos parágrafos, coloque as perguntas e as respostas no lugar correto e não esqueça dos neologismos. Ponha lá as palavras conhecidas.


Árvore

Galhos

Azul e rendas.


Luiz, o esquilo.


Se ela morresse, seria um desplante.


Isso é cruel.


Alvores sem governos.


Libras de tus.


Rendeira é a árvore quase toda pendurada no céu.


Eu já ouvi falar que renda é a marca enfeitada de um tapete, também é um ofício de rendeira, dessas coisas que todo mundo sabe e já viram mãe que não podendo mais enfeitar os filhos, colocam rendas no liquidificador, saia rendada no botijão de gás, no guardanapo no paneleiro, no porta xícaras, no lugar da bolacha de papelão dessas bebidas que patrocinam copa do mundo e jogadores, na toalha é comum rendas, e rendados nas cortinas. 


O verde não há de crocitar.


Mesmo não faz tricô para ganhar a vida.

Nem renda.


Sem rendar não se vive.


Ter renda é poder se enredar no serviço e ganhar dinheiro, o ganhar dinheiro é a própria renda. Arrendar é passar para outro um comércio, as terras produtivas e receber dela o aluguel, um ganho pela cessão de todo o equipamento, a coisa montada de um boteco por exemplo e, ao final do mês buscar a verba.


- Por que a rua mudou


- Porque o seu Toninho é contra o governo e então mudou-se a rua para ele não sustentar a família, passar fome e aprender saber quem manda no crochê.


Trabalho que não dá renda pode enredar o sujeito em dívidas. Mas é enredar que é pegar alguém por amor, não deixar fugir o peixe que cai na rede. Cair na rede também é descansar, não mais fazer coisa alguma. Sem mudar de assunto, pode-se dizer que o desarmamento no Brasil diminui a possibilidade de maus governos caírem, de o balanço enredado de repúblicas temerosas cederem. A rede é metáfora de intrincações de desbelidaces creminotas que todo mundo sabe é a cara escondida na rede da corrupção premiada.


- Por que tem quebra-molas eletrônico em frente da rede de televisão.


- Porque na frente do palácio o povo deve baixar a cabeça.


- Pare com isso!


- Por que canalizaram o rio


- Porque foi negociado o terreno para o posto de saúde e se vendeu o resto para a construção de sobrados.


- Por que tudo é de arame


- Porque alguém tem fábrica de elementos.


- Elementos.


- O que você quer que eu diga


- Não diga.


O sujeito não se enreda, bagre em rede é difícil na região. Ele conseguiu passar o caminhão sem nota e ganhou. Premio para ele. Ela deixou o chapéu do avô no banco da igreja para marcar, para conseguir o lugar, para deixar para família. Céu para ela. Ele faltou a aula mais ganhou presença, o voto só pode ser feito pelos vereadores porque anulariam aquela licitação e se conseguiria arrumar o paço do governo com mais milhões que sitiante algum conquistaria em anos de trabalho na terra. Estão premiados.


- Por que vamos fazer buraco no chão para colocar um trem na terra.


- Para que a caterva triste não apareça nas praças e acabe interrompendo a vida dos conhecidos.


- Estranhos caminhando na calçada.


As dirimências das esclorações só puderam resultar em ganhos. Não há heróis na região. Gente que deu a vida por alguma coisa. Sepultaram os heróis para que não houvesse queixas e azumes do povo. Não há questinas que possam soleivar as denições ocorridas da política suja. Mas é a política o melhor pensamento do homem para todos os homens, a virtude aristotélica superior. Posso falar a vontade de Aristóteles e de quem mais que em meio à bebida que se compra no posto de combustível adulterado racionalmente de acordo com a ordem e no preço das intenções albijareiras. Falo dos famosos, de intelectuais já dormidos porque lá junto com malanzeira das ofertas está o livro deles.


- Por que não tem hidrovia no país de rios


- Porque o financiamento das rodas mantém a ordem


Apesar das bibliotecas estarem fechadas naqueles sábados de rede no quintal e domingos de churrasco e sino e alto-falantes, a diversão deve ser outra. A esperança de que o salário do senador suba igualmente em proporção, em percentagem ao do professor que só daqui a vinte anos os políticos sejam obrigados a porem seus filhos na rede pública de ensino (o que é uma punição), não pela falta de giz, mas pela mistura. Mistura de povo e fome que faz a relação esperdinária do conhecimento.


- Por que não se candidata gente desconhecida


- O reino apoplético dos sintagmáticos se mantém na moeda.


Eu me lembro que na ditadura militar falar coisas assim eram perigosas, hoje é um pouco pior por isso usamos de soleminadas para que os que puderam entender o possam. Entendo por exemplo, que os novos negociantes de hoje não se rendem à corrupção, são parte dela infalíveis. Os novos mesmo, os mais novinhos já vêm arrendados pelos pais.


- Por que custa tão caro as coisas na inflação.


- Porque se ganha mais na projeção do mau do que do bom.


- Porque o monge José Maria não é herói.


- Por causa dos doze pares de França do que foi contestado


- Por que esse negócio de rua trancada aqui e ali


- Para que todo mundo saiba dos gastos e sapatos.


- Por que o asfalto não dura muito e é ruim no bairro


- Porque senão durava e o bairro seria melhor


- Por que tem gente que tem ilha e outros não tem casa na praia


- Porque a oportunidade dos desvalinados enredaram os quetenencios


- Por que os índios não tem escola


- Por causa da lousa sem giz do investimento proibido


- Por que gente como essa é ministro


- Porque os que lêem não entendem a aforatema


- Por que renda ?


- Porque de um jeito ou de outro, pega.


- Por que sem votar os mesmos vencem as eleições


- Por que não são mais forças ocultas da mesma malha na mesma renda.


Porque não mais emenda esse fio. Nesse rio que vem do céu a molhar o rendeiro, a trazer as tramas que criam a paz.

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