Planeta guerra

O sol se despejava, mal se via o dia, apenas o brasido dourado que se envolveu em um círculo verde. Raios de chuva sem água. Levaram o meu corpo. Voltei de um passeio. Entendi aquele carrossel. Era só fazer um pedido. Acredita, eu estava na divisa com os paraguaio? Estava, e fiquei no ar, acho que voando. Não demorou, conto, carregaram Laíde. Fiquei moído. Se eu pegasse um marciano miúdo daquele, ia pregar a tulha. Atachava eles. Então, parei aqui. Ia chover, o céu feito milharal em brota. Coisa de anjo. Verde. Verdinho. Abri o silo e esperei. Caiu trigo sem gota de água. E mais, só no meu sítio. De resto foi borrasca. E foi isso. Acho que ficaram com vergonha, gente estranha, e pagaram o medo na semente. E olha que até sabiam que o milho ganhou preço. E agora, fazer o quê? Tenho culpa? Vou até Curitiba pagar promessa. No médico. Quero saber se vamos ter um filho marciano. Se for, vai ser verde.

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