Hora de dormir

 


A estranha noite levada ao dia. O campo morto. Os brinquedos violentos de faz-de-conta, redenção do crime com a lascívia protegida, amor de ferimentos, a vontade da dor educada, ensinada, treinada. Síndrome do capataz, redivivo, e faz experimentar o gosto, a ser divertido a miséria alheia. Sadismo das moralidades tecnológicas que acompanham o manual apostilado. Do fácil ao difícil com intervalos explicados. A guerra vem antes do primeiro projétil entrar na carne, antes da mira e do lustro da arma. A tua voz, o teu olhar, pele e ouvidos, o aprendido que constitui a sua quieta crueldade. O infortúnio da tua vida, a última palavra, desde a primeira, jamais superada. E não entende o que digo, não pode. A vaidade é assassina, possui a identidade acomodável, flexível como um instrumento de utilidade, a coberta versátil do mau que sempre foi que é encoberta. Chame a guerra e ela virá com sua bandeira branca. Parece que sabe o que digo, guarde seu brinquedo debaixo do travesseiro, é de plástico e está sem munição. Te amo. Sonhe com os anjos. Já sei, deixo a luz acesa. A porta aberta. 

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