Pescar




 Cana seca, tega dura, tabocal de veredas. Cancha esse pedaço. Crepa essa medonha. Vê na capa da cara que não se dobra nó de taquara. Tabica essa da ponta leve, muito no meio. Faz a conta de três laços. Messa o lance, deixa corda de dois palmo, ata chumbo solto, entra o curvado. Senta que está afiado. Vê a copa para não entreliçar. Canta, trata o lindado, fio não dorme na àgua - te falei, vai à bonina da capituva, e já arresta teu silêncio, se é que tem. Põe solto. Se ergue meio debaixo. Cata verme, no baixio do toco. Alanta o coiso, faz vivo. Na espera. Pega nada, quê! Sola o carretel que já passei vela, nem noza. Atira o anzo carregado. Se acomoda. Atende. Queima essa palha. Piuim não achega, lambuzei de azeite e água do arroz descansado. Tá grudento, menino. Vem nada? Vai ver. Anda moleque. Se mover uma palha te arranjo. Verdugo manso. Deixa a pena volver. Põe tento, ela desfila. Segura. Agora rancha. Aí, tá vendo. Foi feito. Pegou um baguá. Retoma. Põe na fieira. Larga no poço, atacha no barranco preso num pedaço. Atua forte. Isso. Sabe agora. Pego a trilha. Está com o aço, se jurupema aparecer, não se apruma. Vira pedra e carca sem dó. Venho mais, entendeu?


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Charlie 


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