Nota de esquecimento







Nota de esquecimento:  A vila tinha seus infortúnios, a vila de vilões cheios de perigo, causava certa ameaça nos sentimentos, a gente ficava com a alma sentada, as noites mornas que matavam a claridade, qualquer bem. E se dizia que se amava quando não corria muito pavor, uma bebida amarga, dor de vida e desejo de esconderijo. 

    Marianize tinha os olhos inchados, graves, pesados, pareciam duas bocas abertas, vermelhas, sem dentes, profundas que quase falavam. Fugia do Japinho, que era como uma caixa de  pinho. Casada com ele no papel esticado na mesa de algum juiz distraído. A boca, como era linda. Parecia um olho imenso, vermelho, de íris de fundo escuro como um túnel, um fim de começo, uma voz de cílios de junco à beira de um lago, moventes, dolentes, leves e como bigornas escuras com verde farpado.

    Gostava de mim, me achava boa pessoa. Olhava para mim como uma mãe que esqueceu de perder os nove meses incansáveis de espera interminável. Olhava atentamente como que um arrependimento.

    E me desejava do outro lado da rua enquanto o Japinho ficava em casa. Depois me mostrava a língua que mais parecia uma mão com luva de boxe. Fazia sinais, caretas, erguia as guirlandas, mostrava o dedão do pé, dançava molenga. Estava me chamando, chama de fogo e labaredas. Eu ia.

    O Japinho saía para vender contrabandos, a filha, Senka Lissa, uma menina muito mocinha amava o Bandido às escondidas. Um rico coitado que mal engatilhava algum pensamento, era o Bandi. Ele apenas conseguia vomitar no seu ombro depois de tudo, e ela entrava na banheira fria. Bandi ia embora, a menina nem dava bola, apática.

    Essa coisa falante como metralhadora nunca estava. Eu gritava de dentro de mim o seu nome. Marianize me atingia com um sapato, gritava pendurada na cortina, chamava todo mundo com aqueles palavrões. Venha bacataré, venha cão do mato. Calava.

    Tomava banho, nunca no ofurô de água suja em que o Margarido, dono do posto de gasolina, também se banhava. Desviava daquela caixa escura com cheiro de peles a curtir e me deitava ao seu lado. Ela se penteava, me apertava, e como sempre soltava a voz com desespero e alegria.

    Ela nos dominava. O Godilo, um homem de tranças que vazavam do chapéu. Aquelas tranças gordurentas tinham o aspecto de gorduras de porco, secas.   Certas noites aparecia para aplaudir à janela, jogava pedrinhas e falava algo enfumaçado. Você vai ver, vai ver quando tudo isso acabar.

   Nos fins de sábado, Marianize cambaleava, comprava barato na Venda Dorotéia do Seu Martinica, um velho surdo que apenas a beijava. A Dorô partiu para além-mar faz tempo. Marianize agarrava a gola da camisa dele. Estou arrumando a dobra, dizia. Ficavam debruçados no balcão, daquele jeito. O armazém era como uma ilha, algo único. Com as compras seguia um ramalhete de flores.

     Trazia uvas, doces, comprava farinhas, sal, azeite, açúcar e preparava yaki. Ela dizia: isso se chama Manju aqui, lá em Kiyosu tem outro nome. Depois vinha o Japinho com uns contrabandos, não fumava, não bebia e nem se enchia. A vida era lenta, os dias cansados, as horas se debatiam em segundos como suicidas cantores.

     Formulária era diferente, a única pessoa que possuía dois telefones, um para negócios e outro para finalizar os negócios. Ninguém podia ver o seu corpo, as mãos com pele de sapo, as unhas imensas feito anzóis, no calcanhar dela podia caber uma placa de dentista. Jogava as pernas pela avenida dos Aflitos, dedos de melancia ligeiramente rosas, pé frente ao pé, um balanço de vestido curto. Todo mundo sabia que ela tinha uma queda pelo Japinho.

    Mas o negócio dela era vender carrocerias, pneus, faróis para ambulância, drenagem linfática para homens obesos. Não sei o que ela via no marciano Japinho, artrite, dor-de-cabeça, o vendedor de fofoca, com aquela magreza, o desapontamento amarrado na cara, a frieira que lhe corroía os ossos, um baixo gosto em tudo, desejava voltar para qualquer lugar onde nunca esteve, e levar a trinca toda, o cão Nelson, a gata Melanie, Senka Lissa, e Marianize, que falava com os olhos.

    Um dia meu pai saiu da casa de Marianize, eu me escondi atrás da loja de tecidos do Everdelson, ex-jogador de futebol, ex-marido da Formulária, - a mulher mais alta da vila. Ela ainda dá aulas, ensina na escola técnica, e namora o Olivo, o dono do bar Cascudo. Ninguém mexe com ele por causa do tiro que deu no prefeito, o Guerra. Não adiantou muito, a Miralina, ex do Guerra fugiu com um tal Hellering que vendia de casa e porta espelhos com lâmpadas.

Não interessa, o que vale, sobre esses esquecidos é pouco, a minha vida naquele tempo era um terror. Certamente que esse namoro nada tem a ver com mãos adormecidas num banco de praça. Nem mais existem praças e bancos de sentar nessa vila. Livo dorme com o perdigueiro, sonha com codornas, acha que Formu é uma deusa que veio de visita abençoar a ingratidão da vida pouca.

O boteco só tem alegria nas madrugadas, se ouve tiros e gritos de truco, batidas de pebolim e garrafas se debatendo. De resto é um canto de chão batido, a primeira estância de água encanada do lugar. Se fazia fila para tomar banho, carregar baldes. Todos os dias ele se prepara, arruma as cangas, chama o cão e pensa em partir para a roça. Mas se vai quedando.

O assalto ocorreu no entreposto, a menina do Japinho e o bandido. Eles se amavam, todo mundo sabia, e Marianize não se importava com as loucuras comuns da adolescência. Via desse jeito. O Guido até deixou abastecerem no posto sem cobrar nada, sem tiro algum, e o Marti preparou lanches para a fuga deles, e um arranjo de flores. O Prefei abriu a porteira da vila, e Lengo, papai, avisou a milícia para que guardassem os canos.

Estava falando da Formu, a perda de tempo com o Verdel, e agora amarrada com o Prefei. Tinha uns lábios que lembravam os pneus dos carros que ficam abandonados uns sobre os outros nos pit stop da fórmula um. Densos, lisos, esticados e prensados, e com meio sorriso. Quantas vezes a vi guinchando, deslizando em alta velocidade pela avenida Principal. Atacada dentro do circular, e liberta pela porta dos fundos com um olhar de cabelos longos rodopiando no ar os saltos piscando para o motorista.

Louca, era completamente humana, não havia nela um dedal, uma única massagem em pratos e talheres, nada, nem marca de botões de fogão na barriga, nem calos no polegar - do tipo que se desenvolve por uso repetitivo de controle remoto. Lágrimas lastimáveis do tipo novela, série, e filmes primários, ou um cansaço de fundo do nervo, nada disso. A carne esponjosa, macia, ela não era um sonho, possuía entre as orelhas a massa colorida. 

Professora da escola técnica, dessas que tem letreiro, do tipo papel e profissionalização. Ninguém aprendia nada, nem homens, nem animais, nem mulheres, almas vadias, seja que fosse à sua frente. Pediu demissão, foi negado pelo senhor Prefei, o apelido do Guerra. Aumentou o salário, plano de carreira, ganhos extras. Ficou. Quase todos amaram a Formu desde o dia que a viram pela primeira vez, que é o mesmo que tê-la visto pela última vez.

Bastava saber que aquele ser maravilhoso, inteligente, calmo, bom, fofo, delicado, alguém que sabia falar, ler e derrapar na avenida Principal mostrando os pneus dos lábios. Única, cabelos empinados, pendurava-se nos varais e se balançava, gritava no jardim. Apaixonada pelo Guerra, se deu de encontro com o Japinho que fugiu dela com medo de ser esmagado, e por fim, sem glória. Sempre a respeitei como uma dama de copas sangrenta. Deusas que o céu esconde, eu a amei mais que Marianize, pedi para que morresse porque o motivo de minha existência havia acabado.

    O Japinho andou meio que derrubado no asfalto, parece que tiraram um órgão dele. Daquele dia em diante andava risonho, de cabeça batida, e  Marianize ia de braços quase tocados, até uma espécie de templo onde passava horas falando mal dos vizinhos. Japo se irrita com o lugar sujo e pequeno, conheciam a grandeza. Viveram na terra do sol poente, ficaram lá, trabalharam no clube café e no empório, tinham boa vida. Agora deu nisso de se desviar das coisas perigosas e ficar por aqui. Perdeu Kali por causa do Bandi, Marianize quase chorava.

    Ninguém se importa com trabalhos sérios ou cômicos, tradicionais ou não, ninguém quer saber se Marianize dirigiu helicóptero na guerra do Peloponeso ou se é dona do único prédio da cidade, ninguém que saber se foi ou não isso e aquilo, o que todo mundo quer saber é quando aqueles olhos de boca com batom rosa dirão algo. Esteve calada como uma poça que não espelha o céu. Uma espera terrível. 

    Helenite Cordeiro atravessou a vez de todos na rua. Foi lá e beijou aqueles olhos de boca, e disse tudo o que ela quis ouvir no setor mais denso de juncos. E se tornaram amigas de chá-da-tarde, do tipo inglês, Helenite era inglesa durante toda a semana. Foi advogada no Mairinque Gouveia em São Paulo, morou lá. Deixou tudo e correu para a vila quando o asfalto era sonho, eletricidade piscada de anjo.

    Rezamos para que Hellering voltasse, fosse jogar bocha com o Japinho, e vender os espelhos da verdade para uns bandidos que tinham medo dele porque sabiam que na verdade, com aquela cara social nacionalista, ele trabalhava para um grupo fechado de algum setor armado do governo ou coisa assim, ou nem era nada disso, ajudava papai. Mas era feio como cara e pivô de carro velho.

    A gente pedia que o Hellering viesse e pegasse de volta a Marianize e a levasse para um café no clube empório ou a ajudasse com as compras no Martinica que sempre se despedia um pouco envergonhado por um amor desejado demais. Nada disso aconteceu. Ela meteu um chute na porta e despejou fora a amizade com Helenite que na verdade andava com o Gói, aquele desgraçado.

    O Formal tinha nome de remédio, Forlandil. Um homem mais magro que papel-de-arroz, trabalhava na farmácia Centro, o único que recebia altas horas da noite os homens mais sérios da cidade, ele, esse bicho estranho que cheirava a formal, ele inventa desculpa e vai brigar com o Japinho? Não têm sentido.

    Tudo estava afundado no areião, no pé-de-vento que anunciava o esvaziamento da cidade, quem sabe a minha partida, a raiva de crescer rápido demais e me preparar para ir para qualquer lugar frio e úmido.

    O Prefei, o Guerra, enfim, ele poderia morrer, o Verdel, menos o Hell, este deveria voltar, dizer que Miralina cansou dele, que era chato, qualquer coisa e fazer voltar o nosso mundo. Sei de tudo, sei que Formulária o mandou plantar batatinha no asfalto, no manchão da avenida Principal, que fosse desenterrar o guarda no primeiro quebra-molas que encontrasse, levou o cano na cara. Talvez porque Formu não precisasse de espelho algum para saber quem era: a única pessoa que lia até mesmo bula de remédio em língua estrangeira.

    Ela, a Formu, uma alma viva, um ser humano vivo, real, não o quis. Hell foi embora com a bela e quieta Miralina, a certeza quieta, a âncora de ouro, a paz forçada, a amada da última novela que passou. Pensava que se voltasse o Hell, ele nervoso. O Japinho e Marianize desistiriam de partir se ele aparecesse.  Não é assim, pensar é quase doença, um mal sem respostas, a pergunta refeita, a tristeza absoluta disfarça em seriedade e competência técnica.

    Marianize tomava chá com Lenite, vezes falavam de Miralina que agora esquentava cadeiras lendo revistas de outras línguas, sentada em poltronas vipes, descansada em algum vôo para o quintal do mundo, pobrezinha, morava com um tal Gouveia. Rica que não se pode abraçar que cai dolar. Ficou risonha e quieta. Mandou avisar que não vem para a vila porque tem medo de ficar.

    Meu desespero era perder alguém por quem sentia amor, um ser que me abraçava e não ficava muito longe de casa. Marianize podia amar quem quisesse, fazer dinheiro com vendas de fio elétrico se necessitasse, o que desejasse, a todo tempo entrava dinheiro pela caixa do correio, mesmo que papai levasse para ela o que fosse, dissesse quanto é triste ser viúvo, e que ela perdoasse por ele ser tão cachorro.  Comigo não. Um quarteirão a pé, nada mais que isso, estaria ao lado de um amor verdadeiramente inventado.

    O Guerra, o prefeito, levou um tiro mas não morreu, perdoou o bicho doido. O Molengo, meu pai, ajudou a resolver o problema quando Mira deu no pé com o Hell, o que ele fez? Mandou o Japinho trabalhar com a Marianize lá no quintal da casa dele, e isso não foi ruim, os problemas ficaram quietos. E eles foram profissionais, aguardam a safra crescer mais para levar daqui. Voltar para a Ásia. E o que ia acontecer com aquela caixa de gordura seca derramada daquele balde naquela cabeça sem banho, sem pensamentos, sem conceitos, sem letras, uma vida de números como teve sempre o Godilo? E Guerra que vinha armado até os dentes, o prefeito de sorrisos, passava no Formal, trazia aquelas pílulas para o crescimento, depois saía de mansinho quase seis da manhã.

    Kali, a menina de Japo e Marianize, caiu dura na avenida Principal, talvez susto. Carregava o ramalhete que Marti havia lhe dado de presente, assim como fazia sempre com Marianize. O bandido fugiu, foi se candidatar em outro lugar, entrar em lojas mais chiques, pegar o papel e correr mundo. Diz que chorou, que gostava da mesticinha Kali, mas que não dava, era dura e quieta demais, assustava.

    O Prefei não podia mais amar? E o que seria de papai, o único Molengo vivo de toda aquela região suja que se permitiu pisar na lama dos cachorros na calçada e saudar os gambás que despertavam às cinco e meia da tarde com as mãos tremendo? Quem receberia aquele vinho local feito de anilina e querosene, o feijão Azuki que o Martinica despejava na vida da nossa deusa quase brasileira, quase asiática, quase sei lá? E eu? O primeiro amor permanece como um sonho revitalizado, o que passaria na minha vida sem Marianize?

    Margarido, todos sabiam, amava demais o Prefei, enchia o tanque dele, por isso reagiu de repente com aquele fogo que, por sorte, não feriu muito o Prefei. Todos sabiam que o Forlandil recebia Marga uma, duas, três e mais vezes nos fundos do laboratório, que ele ajudava, sem motivo o Verdel dando-lhe barbitúricos, e que o vinho local era uma mistura do Xarope Sanate que o Godilo fez com suco de uva e cachaça, e que foi por isso que Formu desistiu de fingir alegria e se tornou professora da escola técnica do comércio e indústria deixando Everdelson, deixou porque o Godilo, era dono da farmácia, tinha o apelido de Gói, morria solto de medo, estava envolvido na fabricação de um creme e o Japinho estava achando um comércio exterior.

    Então porque levar Marianize, agora sem o diabo da filha para uma ilha no fim do sol? Ela que se mexia para partir? Poderia me abandonar, tudo bem, eu suportaria enquanto pudesse.

        Podia chorar, carregar sonhos frente ao portão de sua casa e lhe causar ciúmes, dor na boca dos olhos, na garganta do olhar e de suas falas de cílios, eu suportaria beijando a pele das mãos de sapo-boi de Formu, beijaria os pneus dos lábios dela derrapando em meu coração, escreveria epitáfios para os amantes, para os indesejados em placas funerárias penduradas no seu calcanhar.

        Eu me abraçaria naquela carne, seria levado por pernas imensas, sutis e delicadas para o além-túmulo e seria feliz, mesmo morto, feito cinza, seria ainda assim feliz. Teria em mim todos os desejos a meia quadra de casa, a boca de olho verde e infinito dela, tudo que sonhei engolido por aquele caixão de pinho, o Japo com suas idéias idiotas.

Mira havia telefonado para ouvir o submundo outra vez, na verdade ela não queria nada com a guerra, com o Prefei. Fosse assim um jeito de tentar se sentir miserável, comer angústia, algo assim, mas desistiu quando Marianize atendeu e disse que sabia que era ela, dizendo que deixasse de ser burra e sumisse desse lugar para sempre, e contou quanto era duro viajar de helicóptero na noite sem lugar, sem templo algum para pousar, apenas o mar triste e o som horrível daquela máquina de lavar.    

    Sumir daqui? Marianize por favor, pense na vida cordial e afetiva, acredite no amor além das correntes, burro amarrado também pasta não tem sentido, você é a inteligência pura sem cascos, sem ferraduras, sem nada para carregar, deusa de um avião-de-rosca, voando com aquele ventilador acima de todas as nossas miseráveis cabeças.

    Escuta por seus cotovelos, veja por sua boca, fale pelos olhos e confesse que amar não pode ser lenço de despedida. O boteco a atraía. Foi difícil para eles. Japo deu umas voltas, falou com os traficantes de refrigerantes e caminhou até o porto, do outro lado da serra, diz que foi de bicicleta de carga, ia fazer uma entrega. Nem vista.

Ela poderia voltar a dirigir jatos, cair na folia em Aichi, dizer que tudo recomeça. Não, quis ficar, me ver sentado debaixo do poste olhando a sua cara, receber o Lengo quando fosse para casa, dizer que os desejos são vazios que se enche que se põe e se joga fora, amarra num perdigueiro que dorme ao lado do dono, um sonho de nata. Se vai por aí a vaguear. Bater na porta do Marti, correr a esquina com as mãos nos pés, se enganar. Lenite dizendo besteiras ao seu ouvido. Pedindo para que Formu não me quisesse mais. Eu sei que faz disso, fofoca pelos cantos.

A vila continua a mesma, o bandido passeia de carro novo, Gói vendeu a fórmula de um creme para uma empresa japonesa. Prefei diz que a vida é uma guerra, vai à farmácia e fala o que não deve para o Formal. Conta histórias de Marga, fedendo a gasolina.

    Formu, levanta poeira, bate com o giz na tábua de escrever, todos gostam dela na escola técnica, eu me levo, vejo o céu, a terra, os planetas de vez em quando, mas não a deixo. Lengo descansa na casa de Marianize, e eu tenho de esperar que saia com o telefone portátil e em voz baixa.

A claridade da lua se mistura com a luz tomate do poste, se pensa que o mundo vai se acabar. Deixo mais um minuto passar, e uma voz quase doce sussurra. Nizinha, me manda, pisa os degraus e me fala coisas de olhos cheios. Ela me joga um sapato.

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Livros do Pedro



Charlie 



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