Leminski projeto

Projeto Leminski

 p/ Claudete


APRESENTAÇÃO

            Paulo.doc é um documento poético do artista Paulo Leminski a partir do olhar de sua existência como pessoa, como homem e cidadão.

JUSTIFICATIVA          
           
            Ocupamos da poesia que mais se dirige à consciência de ser, ao documento que mais o põe em sintonia com a vontade artística. Entrelaçamos este acontecimento fractual de sua existência múltipla com textos que vão de encontro a essa finalidade de construir o homem comum que possui capacidade sintética de expressar criticamente a sua realidade.
            O homem Paulo Leminski é defendido como alguém capaz de tantas jornadas poéticas quanto humanas em viver a experiência cotidiana do trabalho, da vida e provimento. O desejo de felicidades que regularizam a sua trajetória enquanto cidadão e artista, uma possuindo a outra. Torna-se o texto Paulo.doc uma reflexão sobre a capacidade otimizada do homem Paulo Leminski em ser o que sempre foi: poeta.
           
CONCEPÇÃO

            Paulo.doc não é o que se ouviu falar, mas uma verdade incontestável na vida do artista: o seu desejo de sobrevivência com a qualidade esperançada. Agora, se ela foi decepada por acontecimentos que o processo de existência encerra, a naturalidade de querer-ser algo que se é - artista, poeta, brasileiro, paranaense, etc. -, deve ser entendido como um desejo humano (e que o poeta está imerso nessas condições), e são elas mesmas que dão à sua jornada existencial fonte e saber de sua arte. A concepção de Paulo.doc justifica-se, apresenta-se como um outro olhar do que o preconcebido do artista que vai pela arte sem viver; vai só a palavra e fica o homem escondido. Ao contrário, o homem se faz poeta, ele atinge o âmago de sua vontade expressando e vivendo o acontecimento artístico.

ENTENDIMENTO

            Paulo.doc é um pedaço do todo que quer esclarecer a existência do artista como alguém, - apesar das ações contrárias, autofágicas -, capaz de sobreviver com liberdade a expressão poética. A ordem social, a família, o leite e o pão vivem no homem e tornam-se fonte e realização poética. Em tudo o que lemos de Paulo Leminski, a ação da palavra, a força e poder da expressividade é uma luta constante - mas não é só isso-, (não é só querer tornar-se palavra), é tornar-se o que se é completamente, integrado e aceito, merecedor dos ganhos, do pagamento dos impostos, cidadão pleno e consciente, respeitado em vida, congruente, entregue.
           



SINOPSE

            Paulo.doc apresenta de vários livros e relatos a poesia e a poética de Paulo Leminki, o texto é entremeado de ações que procuram esclarecer a sua existência enquanto homem cotidiano, homem livre que paga impostos, e o artista que se faz entender na vida multifacetada, crítica e culturalmente diversa do cidadão comum Paulo Leminski.
            Busca o texto aproximar a arte com  sua existência humana  e de simples cidadão. A concomitância das ações, uma juntando-se a outra, esclarecendo, propositando a ordem cultural, familiar que estão em completa ressonância em sua poesia.
            O poeta - o artista -, e o homem comum juntam-se para organizar o espetáculo.
            São poemas e relatos ditos, entregues ao espectador contextualizando do artista a existência do poeta.




CURRICULUM DO AUTOR


            Pedro Moreira da Silva Neto, ator, diretor de teatro, nascido em Cianorte neste Estado do Paraná no mes de agosto, dia 06, ano de 1959 escreve faz tempo. Como escritor trabalhou em propaganda como redator, em jornal como colaborador com a coluna Contos Crônicos no Estado do Paraná onde tratava da ação cotidiana da crueldade na existência do cidadão comum, teatro com vários grupos amadores e profissionais. Vários projetos culturais em teatro o têm como autor: A Casa Velha de Jermias Lang; Trânsito; Noite; Celeste (ainda em processo) e outros em setor diferente do Teatro. Pós graduado em Metodologia do Ensino da Arte (IBPEX/FAP - 2000), estudou História da Arte (Pós-graduação em 93 - trabalho não entregue ainda), formado em Direção Teatral (PUC-PR -1988), Curso Permanente de Teatro da FTG - (SEC/FTG - 1988) e várias extensões em estudo da linguagem, teoria da arte, dramaturgia, contemporâneidade e museologia.
            É funcionário público municipal (FCC desde 1988) e responsável pela Casa Museu Casa Erbo Stenzel.
           
             



              PAULO.DOC

       Três atores executam cenas de música e canto para Paulo Leminski


QUADRO 1 - LEDA
Cena I - Música, canto, coreografia

(A imagem de Zeus e Leda. Atores cantam o poema)

      
              para que leda me leia
       precisa papel de seda
       precisa pedra e areia
              para que leda me leia

              precisa lenda e certeza
precisa ser e sereia
              para que apenas me veja

              pena que seja leda
quem quer você que me leia

Cena II - Lembrar

(Atores fazem a cena como que houvessem esquecido de algo)

              - Esquecer é mais fácil que lembrar.

              - Fosse diferente, a gente nào esquecia

              - O exercício de lembrar é sempre reacionário.

              - Perde muito do sentido o que é lembrado.

              - Fácil o passado reconhecido. Mito, forma, caricatura que nào é bem
verdade, nascendo em seu lugar um acaso dobrado.

              - Você lembra?

              - Como é?      (Poema amá-la)

              - Quando a gente fala de poesia, esquece o poeta.

              - E a poesia e o poeta são parentes.

              - Parece até que poeta, escritor, artista não compra leite para os filhos.

              - Nem sabe cançào de ninar.

              - Nunca compra flores.

              - Jamais bebe água ou vai ao banheiro.

              - Mesmo aquela história triviial, um acontecimento quqlquer do cotidiano que
morre atrás da janela sem jamais pertencer a um lar.

              - Artista  não tem casa, não paga luz, telefone, nào tem direitos privados!

              - Não pertence à civilidade, não tem carteira de habilitaçào, identidade...

              - ...um sujeito sem CPF.

              - Vai ao exterior porque foi convidado por uma associação caridosa.

              - Ele não trabalha, não fica doente,  fome nào tem.

              - O viver do poeta, do artista é esquecer a vida.

              - E quando diz, diz.        (Segundo tema de Catatau, pág. 23)

              - Mas eletem que pagar o cartào de crédito, pegar o ônibus, o táxi, comprar
fraudas descartáveis, vai ao médico, ao dentista, conhece um garçom, um funcionário público,
um cantor, uma bailarina, torce para um time, gosta de dançar.

              - Xinga, grita, canta, passa vergonhas.

              - E às vezes mimado, ridículo, apaixonado e desmedido.

              - Ele vê o mundo e canta o mundo e pensa no segundo.

              - Estuda, lê, conhece línguas, vara a noite atrás de um pedaço que lhe falta.

              - Algo passado, lembrado. ( Música Verdura)


Cena III - Verdura

       (Cantam Verdura com coreografia)

              - Por isso é tido como loouco, fora do juízo, complicado, estrtanho, fora do
sentido.

              - A normalidade é uma doença triste que pega o homem e faz a guerra.

              - Cinicamente faz a paz, que em verdade é trégua fingida.

              - A guerra calada é a paz.

              - Viva a paz que a guerra nos trás.

              - O Paulo Leminski foi papai, namorado, conversador, amigo. Um cidadão na
cidade desconhecida. Talvez seja isso, que o fez poeta da vida.

Cena IV - Segredo

              - (Interpreta o poema como que contassem um segredo e
brigassem e voltando a um silêncio estático, profundo)


       Eu, hoje, acordei mais cedo
 e, azul, tive uma idéia clara.
       Só existe um segredo.
Tudo está na cara. 
      

              - (Interpreta o poema como que atacando, voando feito
morcego)

       impuro espírito
raro respiro
       o ar que aqui tenta
arquiteto
       um vago vôo
                 vampiro

Cena V - Vampiro


              - Foram-se os cães que cuidavam da propriedade, os gatos, os pássaros, os
roedores, o cavalo. A árvore em que me sentava a pensar no mundo lá embaixo.

       (Usam uma sineta e adereços de cena)

              - A sineta do portão anunciava  a sua presença. O carteiro que não me
cumprimenta, os aferidores de água e luz, o vendedor de panelas, a entrega diária do leite, do
pão.

              - Os livros na rede marcados pela folha seca, o recado na porta.

              -  Também sofri a perda do fogão à lenha; o bolo sovado. As sempre-vivas, a
orquídea, as flores de canto, folhagens coloridas, e as pedras.

              -  O quintal me dói mais que tudo. Era ali aquele lugar sem fundo.

              - As crianças corriam, cantavam, brincavam donas do mundo.


       ai daqueles
que se amaram sem nenhuma briga
       aqueles que deixaram
que a mágoa nova
       virasse a chaga antiga

       ai daqueles daqueles que amaram
 sem saber que amar é pão feito em
casa
       e que a pedra só não voa
porque não quer
       não porque não tem asa

Cena VI - Silencioso

       (Panos brancos, sombras, luzes recortadas. Aspecto  do sonho em azul. Música "Le
Mer"de Debussy)


              - Depois que a gente diz um poema, tem se a impressão que já foi dito.

              - As pessoas tristes, depois que ouvem, transtornam suas tristezas.

              - A verdade que incendeia o sentimento nem queima a ausência.

              -Todos os gostos do alimento variam.

              - Aqueles sonhos que foram realidade.

              - É silencioso o grito da palavra. Expressar a vida expressa. Sinto não poder
dizer as verdades que te deixariam alegre.

              - Eu não conheço suificiente o assunto; não sei repetir; passo direto.
      
              - A mesma folia encrespada de forma e sentido.

              - Está bem. É necessário dar sentido ao sentido.


              - (Interpreta o poema que depois de tudo é cantado)

      
       PERGUNTE AO PÓ


              cresce a vida
cresce o tempo
              cresce tudo
e vira sempre
              esse momento

              cresce o ponto
bem no meio
              do amor seu centro
assim como
              o que a gente sente
e não diz
              cresce dentro

      
              - O cara que traz um negócio novo, está anunciando que você já morreu,
cara. Que os valores que você está protegendo já eram.


Cena VII - Distância

       (Cena de uma despedida, euforia, rapidez, ansiedade. Coreografia do movimento de
um grande salão lotado, com encontros e desencontros de pessoas. A sonoplastia  de trem,
avião, automóvel, carro a tração animal que por fim, como pano de fundo, faz surgir a música:
o clássico "Noturne"de Chopin. Lenços, malas, mochilas. Tristeza e alegria.)

              - Estivemos tão distantes de todos que quando nos despedimos de alguém,
sentimos como que nos aproximássemos do passado, - que há de vir.

              - Tchau presente, e entramos no antigo, caímos dentro da história, do antigo.

              - Não há tempo que subverta a palavra a ficar estanque entre o aqui e o lá.

              - Nos vemos no futuro!

              - E no longe que vive adiante, ainda acima do tempo presente, você não
estará, será sempre lembrança, um acontecimento esquecido, relembrado como uma
referência de um dia perdido.
              - Por isso talvez, que saudade atordoa o significado.
      
              - (Interpreta o poema, enquanto há acenos e movimento, panos, bandeiras ao
vento)



              Adeus, coisas que nunca tive, dívidas externas, vaidades terrenas,
                      lupas de detetive, adeus.
              Adeus, plenitudes inesperadas,
                      sustos, ímpetos e
              espetáculos, adeus.
              Adeus, que lá se vão meus ais.
                      Um dia, quem sabe, sejam
              seus,
              como um dia foram dos meus pais.
                      Adeus, mamãe, adeus, papai,
              adeus,
              adeus, meus filhos, quem sabe um
              dia
                      todos os filhos serão meus.
              Adeus, mundo cruel, fábula de
              papel,
                      sopro de vento, torre de babel,
              adeus, coisas ao léu, adeus.



Cena VIII - Ovo

       ( Ilustrativo: Linguagem cênica de signos, de gestos e sonoros)

              - Novo está no ovo, choca. Possui essa força mágica do vir a ser. Ali mesmo o
novo fica choco com algo mais novo.
      
              -É muito certo dizer que o poeta chocou.

              - Fácil pegar o parâmetro do andarilho e seguir a estrada.

              - Difícil deixar-se viver a caminho.

              - O trajeto da coisa nova é deslocado, desconhecido.

              - Como que o galo canta, ninguém sabe onde. A piada do pintinho caipira:
"pinski, pinski, pinski".

Cena IX - Falta

       (Ilustrativo: gesto cênico)

              - E o poeta aqui caminha em busca de algo que lhe falta.

              - (Interpreta o texto acompanhado de música (Opus VI - piano) Stravinski)


              Bom, meu ponto de vista é o
              seguinte: no Terceiro Mundo, essa
              questão da utilidade social da arte e
              da justificativa da existência
              do próprio artista é uma questão vital,
              fundamental. E se trata de uma
              região onde as desegualdades, os
              desníveis e as injustiças são tão
              gritantes, tão berrantes que você
              tem vergonha de ter almoçado, de
              ter jantado e você se envergonha de
              poder falar uma língua estrangeira, de
              poder comprar um livro. Então isso
              tudo faz uma tremenda pressão
              sobre o intelectual, o homem dos
              signos, e o obriga a descobrir qual a
              razão da sua existência dentro da
              sua comunidade. Justificar o seu
              estar... Esse é o tipo de terreno em
              que qualquer verdade pra mais de
              uma é tirania.


Cena X - Além

      

              - (Interpreta poema. O poema é musicado e cantado)

              ( Todos cantam o poema)


                      INCENSO FOSSE MÚSICA

                      Isso de querer
              ser exatamente aquilo
                      que a gente é
              ainda vai
                      nos levar além


              - O estrangeiro caminha na rua; fecha a porta meu filho!

              - Feche a janela, o estranho está aí fora.

              - Vamos acender o fogão, o aquecedor e falar das coisas aqui de casa, porque
essas, essas meu filho, é o que interessa.

              - Lembra de onde viemos, daquele lugar bem longe, longe daqui - também
interessa.

              - Um lugar que tem um outro jeito, que não é mestiçagem, que não
desventura, que está lá guardado num saco fundo, bem lá atrás do mundo.

       (Cantam o poema)

              - Também faz bem,  isso de lá, bem lá - isso é importante. Esqueça esse jeito
desse povo de falar, e andar e remexer e cantar, eles são muito ignorantes e nem sonham
com o nosso secreto desejo de um dia, um dia meu filho, um dia partir.

              - (Interpreta o poema)

      
                      abrindo um antigho caderno
              foi que eu descobri
                      antigamente eu era eterno


Cena XI - À mesa
      
       (Preparam algo na cozinha, escolhem sementes)


              - Minhas estrelas moram em suas mãos.

              - Alimentam e calam.

              - (Eles se olham) Olhar de sol e lua.

              - Aquela sensação presente de pratos na mesa, garfo fincado.

              - Volta do universo luminos, desconhecido.

              - (Aponta para a mesa e o coração) Mas sente-se. Sente-se!       
      
              - E eu estava sentado a me alimentar de frases e ruas.

              - (Interpreta o poema)

      
                      lá fora e no alto
           o céu fazia
                      todas as estrelas que podia
             
                      na cozinha
           debaixo da lâmpada
                      minha mãe escolhia
           feijão e arroz
                      andrômeda pra cá
           altair para lá
                      sírius para cá
           estrela dalva para lá

Cena XII  - Palavra

      
              essa estrada vai longe
       mas se for
              vai fazer muita falta

              - A obra do artista é feito estrada sem fim, todo dia se conhece de uma
palavra um outro sentido, uma instância maior, maior que um sentido, um vetor de direção, um
apontamento, uma linha de ação, um geto da personalidade, um pedaço do céu, uma lágrima.
      

Cena XIII - Frio


              - (Interpreta o poema)   
      

       que será
       que tem lá embaixo
              que a pedra tomba
       tão fácil?

              - Cidade fria e úmida ama sapos que não podem ser príncipes, mesmo
beijados por bocas úmidas e frias.
      
Cena XIV - Separação

       (Gestos corporais coreografados envolvendo várias características de animais,
movimentos alternados de cima a baixo)

              - Para me esconder entro na toca, na casa do leão.

              - Caminhei todo o horóscopo.

              - Pelas ruas, no horário que a multidão caiminha.

              - Eu fui naqueles dias tantas pessoas, cada parte a se mover.

              - Para onde vou? Pergunto ao todo e o todo não cessa.

              - Sei que chego lá. Portanto vou junto nesta separação aglutinada de almas,
de carnes e objetos.

              - (Interpretação do poema)

             
      
              nadando num mar de gente
       deixei lá atrás
              meu passo à frente

Cena XIV - Coisas

       (Cena de um conflito com agressividade armada, movimentos grotescos como uma
cena de bar. Música densa (Pictures at Exibition - Mussorgski)

              - Há coisas indizíveis que os fantasmas temem seremdescobertos.

              - Antes que fale, antes que deixe escorrer a tinta, a coisa, o signo, o punhado    
punhal.
      
              - Antes do sangue, o ferimento.

              - Não precisa dizer nada preciso. Prescinda a prece da procissão.

              - (Interpreta o poema)

      
              Já disse de nós.
       Já disse de mim.
              Já disse do mundo.
       Já disse agora,
              eu que já disse nunca.
       Todo mundo sabe,
              eu já disse muito.

              Tenho a impressão
       que já disse tudo.
              E tudo foi tão de repente.

      

              - Melhor que a palavra silencio é o grito do silencio na palavra que ordena, que
manda, que obriga, que exige um resultado, um rótulo, uma posição, um gosto idêntico à
maioria, uma forma de ser parecido sempre, nunca a individuação do sujeito, jamais a sua
própria história, senão o acaso de ser tão pequeno, tão formiga, feito miudeza, multidão.

              - E todo mundo sabe de onde vem o não.

              - (Interpreta o poema)

      
              desastre de uma idéia
       só o durante dura
              aquilo que o dia adiante adia

              estranhas formas assume a
       vida
       quando eu começo tudo que me
       convida
              e coisa alguma me sacia

             
              formas estranhas assume a
       fome
       quando o dia é desordem
              e meu sonho dorme

             
              fome da china        fome da
       índia
       fome que ainda não tomou cor
              essa fúria que quer
                        seja lá o que flor
      

Cena XV - Amanhã

       (Cantam, dançam. Interpretam o poema de várias maneiras)


              - (Interpreta o poema)


                      viver é super-difícil
              o mais fundo
                      está sempre na superfície

      
              - Não sei se quero voltar a ser triste. O meu riso cai da boca feito asa de
passaro voando baixo. Nem são alturas, e o que sai do mar.

      
                      a uma carta pluma
              só se responde
                      com alguma resposta
              nenhuma
              algo assim como se a onda
                      não acabasse em espuma
              assim algo como se amar
                      fosse mais do que bruma

                      uma coisa assim complexa
              como se um dia de chuiva
                      fosse uma sombrinha aberta
              como se, ai, como se,
                      de quantos como se
              se faz essa história
                      que se chama eu e você



Cena XVI  - Pedra

              (Músicas apresentadas em mixagem)


              - (Interpreta o poema)


              Como eu sou, assim ficando, em
              pedra está.


             


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