Se tivesse de contar quanto desamei
Se tivesse de contar quanto desamei Deixei as roseiras crestarem no frio abandonei por três horas o meu sossego para ficar catucando pragas do jardim Não telefonei e nem atendi ao telefone e nem livrei a metade do discurso sobre construção revi páginas sem motivo e pulei figuras para achar vozes fora isso às ausências: dormi mais tempo perdendo o início do dia - que nem me importo Cansei de ser correto quando entrei na contramão - foi engano Atendi ao cobrador; o que é uma perda Poderia dizer qualquer coisa porque estou cheio Vejo o som do piano desafinado o meu batuque esticado Passar a rever o revisto retomar o refeito refazer o feito Reter a gelatina trêmula Congelar o frio com o maior calor do desperdício Gastar o que não existe no caixa Correr até disparar o coração Ir pescar sem porquê Morrer sem tédio uma alegria triste que é rir sem mostrar a face E desamar é quase esquecer a vida correr à toa sem compromisso como agora derramar palavras ******* Livraria: Livros e contos...